Conteúdo atualizado há 11 anos
Muito mais que especial, eu diria. Desde 1998 o fotógrafo argentino dá aulas em um curso básico na sua escola de fotografia para pessoas portadoras de “descapacidade mental”, como ele define. Foi depois de morar um tempo no Brasil e nos EUA que, ao retornar ao seu país natal, resolveu dar aulas de fotografia para aqueles julgados “incapazes”.
David Beniluz assumiu que no começo foi difícil aceitar a velocidade de aprendizado de cada um dos alunos. Aprendeu a respeitar o ritmo, a velocidade e a maneira de cada um realizar as tarefas. “Quando comecei o trabalho, queria que eles fizessem as coisas no tempo normal, ou seja, no meu tempo. Tive de rever isso. Nem sempre o mais importante é fazer as coisas bem feitas, muitas vezes fazê-las é o importante”, revela ele em entrevista para antiga revista Fotógraphos.
O legal é que David não gosta de excluir diferenciar os alunos, por isso evita aulas particulares, voltadas para necessidades específicas. A ideia principal é trabalhar o lúdico, a teoria é consequência. A única coisa que ele prefere manter são aulas com grupos pequenos, para acompanhar melhor o desenvolvimento de cada um.
Em seu site, David conta que a fotografia é apenas uma desculpa. Porque a real intenção é promover o encontro e a socialização das pessoas especiais, desenvolvendo um novo olhar e uma expressão artística para que elas possam compartilhar com a sociedade e se comunicar de outra maneira. Já que a fotografia ajuda a desenvolver as perspectivas sobre as capacidades e necessidades pessoais, demonstrando, também, como essas pessoas veem o mundo. Legal a proposta né?