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Será que estamos chegando ao fim do modo manual?

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Conteúdo atualizado há 6 anos

Observando a evolução da relação das pessoas com a fotografia comecei a me questionar exatamente isso… Será que o fim do modo manual está se aproximando? Será que nos em breve veremos a extinção das fotografias feitas “à mão”?

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Me pergunto isso porque vejo, cada vez mais, registros sendo feitos sempre com os smartphones, que, por sua vez, estão cada vez mais avançados no quesito filtros. Os fotógrafos de iPhone já começaram a aplicar a mágica do fundo desfocado em todas as selfies. E mesmo que este filtro apresente falhas grotescas (por enquanto) já virou moda e há quem diga que nem precisa mais de um fotógrafo profissional pra “criar esses efeitos incríveis”.

Aliás, às vezes penso que os fotógrafos, cada vez mais, só servirão para cobrir os buracos que as tecnologias automáticas ainda não cobrem. Você não pode, por exemplo, programar seu smartphone para fotografar seu casamento. Mas talvez você não precise de um fotógrafo profissional para fazer um retrato seu para usar na contracapa do seu livro. Que mundo doido!

Por que o fim do modo manual está próximo?

Sempre deixo claro aqui que a fotografia é apenas um hobby para mim, ou seja, não a vejo e nem convivo com ela de maneira profissional. Mas, assim como eu, já vi diversos profissionais e aspirantes optando por configurações pré-definidas nas câmeras, ou até mesmo, ativando o modo 100% automático, quando está com pressa para fazer algum registro.

E ainda temos também os avanços das edições dos arquivos digitais, feito por programas cada vez mais rápidos, oferecendo inúmeras possibilidades e, novamente, filtros automáticos de tirar o fôlego. Então, mesmo que você opte por capturar as fotografias em modo manual, possivelmente acabará aplicando algum recurso automático na edição.

Pensando nisso tudo ainda me pergunto: até que ponto estas maravilhas automáticas influenciam, ou até mesmo, limitam a nossa criatividade? Estamos em uma era em que não nos preocupamos mais com as fotografias mal registradas, porque agora dá pra consertar quase tudo no computador e até mesmo no smartphone. Ou seja, clica aqui do jeito que der e depois vê o que dá pra fazer.

Enfim, resolvi escrever isso por ser uma coisa que observei ultimamente. E peguei até a mim mesma dando preferência ao “automático” em alguns casos que nem precisaria. Tenho medo de que essa tecnologia toda nos faça “desaprender” a fotografia, tornando-a mais uma coisa banal e sem valor. E acredito que este fato esteja diretamente ligado a uma outra realidade que já citei aqui no blog, sobre vivermos na era das fotos acumuladas e não vistas.

E você? O que pensa sobre esse possível fim do modo manual na fotografia?

1 comentário em “Será que estamos chegando ao fim do modo manual?”

  1. Vejo que existe um purismo exacerbado sobre a fotografia em modo manual. Concordo SIM que seja fundamental que o fotógrafo tenha conhecimento suficiente para controlar a câmera de acordo com o que ele quer fazer – bons desenhistas precisam antes de tudo saber os princípios do desenho e praticar, não seria diferente com quem desenha usando luz;

    Mas vejo que muitas vezes o uso do modo manual é simplesmente uma questão de pose, de defendê-lo porque é bonito. Tem fotógrafo que acha que até o foco tem que ser manual – bonitinho pra fotografar a flor no pátio da mãe mas não para fotografar uma noiva entrando ou uma criança no aniversário infantil. Da mesma forma como tem muito fotógrafo que defende o modo manual porque tem que ser ele a dominar a câmera, mas não consegue fazer foco porque está usando pontos focais da forma errada.

    Em tempos que buscamos retratar a essência das emoções, captar instantes, deveríamos nos importar mais com semiótica do que com tecnicalidade. E com isso eu quero dizer que por exemplo, sempre fotografo no modo manual, e faço muitas colações de grau. Quando a formatura acaba e os formandos saem do auditório, a luz está completamente diferente, e eu não tenho paciência nem tempo pra ficar testando a luz. Jogo pro modo S ou o “verdinho” algumas vezes e conforme fico livre, volto para o manual. Já temos muita coisa a cuidar quando estamos fotografando, gastar a cabeça com a câmera não precisa ser mais uma delas!

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