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A era das fotos acumuladas e não vistas

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Conteúdo atualizado há 5 anos

Há um bom tempo tenho andado afastada do meu blog. É o velho problema de cuidar de projetos de terceiros e esquecer dos pessoais. Mas foi exatamente este acúmulo de tarefas que me fez refletir sobre outra questão… O momento em que vivemos, cheio de fotos acumuladas e não vistas.

Recentemente tirei alguns dias de descanso e aproveitei para fazer uma viagem que sempre desejei. Conheci Portugal. Lá visitei praias, cidades grandes e pequenas e lindos lugares históricos (castelos, palácios, mosteiros etc.). Nesta viagem notei algo curioso, que nunca havia reparado antes… As pessoas se tornaram acumuladoras de fotos!

era-das-fotos-acumuladas-e-nao-vistas Imagem: Freepik

Fotos acumuladas me assustam!

Para mim isso é algo assustador. Porque, em todos os lugares que visitei, fiquei admirando os detalhes durantes uns bons minutos (até horas!) e, claro, fiz alguns registros para recordação. Mas percebi que 99% das pessoas simplesmente passavam pelos espaços, faziam uma foto e já saíam correndo em busca de outras fotos em outros lugares. Fiquei chocada.

Acredito que fotografias são boas recordações e, vocês sabem bem, eu amo fotografar. Mas também acredito que ótimas recordações não ficam presas no cartão de memória. É preciso conhecer cada cantinho do lugar que você visita, prestar atenção aos sons, cheiros e tudo o que estiver disponível para ser apreciado.

Eu, por exemplo, gosto muito mais da lembrança que tenho com o som das águas do rio Tejo, combinado com a sensação que senti ao caminhar do Padrão dos Descobrimentos até a Torre de Belém, do que das fotos que fiz. Adorei fotografar ali, com certeza! Mas me valeu muito mais a experiência de aproveitar todas as sensações que aquele lugar me provocou. As fotografias me ajudarão a relembrar estas sensações e, por isso, elas são tão importantes para mim.

padrão-dos-descobrimentos-e-rio-tejo-portugal
Padrão dos Descobrimentos, Rio Tejo – Portugal

Mas e as pessoas que apenas passaram alguns poucos minutos ali para fotografar e ir embora? O que as fotos dirão a elas?… Na minha opinião, nada! E foi assim que comecei a notar o nosso mundo atual. Estamos literalmente vivendo a Era das fotos acumuladas e não vistas. Assim como o professor e filósofo, Jorge Lima, definiu com perfeição «Fonte aqui»:

“Centenas de gigabytes em fotos e vídeos são esquecidos em algum lugar esperando nunca serem olhados.”

Essa realidade me entristece, porque parece que as pessoas não estão mais preocupadas com experiências, sensações ou sentimentos. O que dita nosso comportamento hoje é ser digitalmente popular e ter uma vasta coleção de curtidas e amigos stalkeadores. Eu não quero isso para mim!

Eu precisava desabafar e, talvez, ajudar algumas pessoas a enxergarem como o mundo virtual está nos impedindo de viver de verdade. O que você pensa sobre isso tudo? Adoraria receber mais opiniões, basta deixar um comentário aqui no post! 😉

Vale a pena rever: Você lembra como era fotografar com filme?

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