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O protesto de Hippolyte Bayard

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Conteúdo atualizado há 5 anos

Hippolyte Bayard (1801-1887) foi um dos pioneiros da fotografia que, em 1839, aperfeiçoou o processo de obtenção da imagem fotográfica positiva diretamente sobre papel. Sua técnica foi muito bem utilizada pela Polaroid, por exemplo.

O modelo de Bayard foi bem diferente e mais prático que o apresentado por Louis Daguerre, que registrava as imagens em chapas de metal. Entretanto, seu conhecimento ficou encoberto pelo daguerreótipo, que era patrocinado pelo Estado francês.

Hippolyte Bayard criou o primeiro autorretrato do mundo

Em 1840 Bayard estava completamente chateado, depois de fracassar em inúmeras tentativas para conseguir o reconhecimento governamental. Assim ele resolveu criar uma cena inusitada, o primeiro autorretrato do mundo, como forma de protesto por ter sido ignorado.

Hippolyte-Bayard

A fotografia ganhou o título Autorretrato de um Homem Afogado, no qual Hippolyte Bayard aparece sem camisa e de olhos fechados. O que mais chamou a atenção foi a ideia de um cadáver fazer um autorretrato (impossível!). No verso da fotografia, ele registrou sua frustração, como traduzido abaixo:

Esse cadáver que vocês estão vendo é o senhor Bayard, inventor do procedimento que acabam de presenciar, ou cujos maravilhosos resultados em breve presenciarão. Segundo meus conhecimentos, esse engenhoso e infatigável pesquisador trabalhou durante uns três anos para aperfeiçoar sua invenção.

A Academia, o rei e todos aqueles que viram suas imagens, que ele mesmo considerava imperfeitas, admiraram-nas como vocês estão fazendo agora. Isso lhe supôs uma grande honra, mas não lhe rendeu nem um centavo. O governo, que deu muito ao senhor Daguerre, declarou que nada podia fazer pelo senhor Bayard, e o infeliz decidiu se afogar…

Na verdade, Bayard não tentou se afogar, mas sua colaboração para a fotografia foi enorme com mais esse feito, provando que a imagem pode construir uma narrativa. Fotógrafos como ele, são os responsáveis por ampliar a capacidade imaginativa da fotografia em geral.

INDICAÇÃO DE LEITURA:
Wikipedia – Hippolyte Bayard

6 comentários em “O protesto de Hippolyte Bayard”

  1. Olá, Eliane!

    Estou descobrindo o Fós Grafê e tenho grande interesse em conhecer mais perspectivas sobre história da fotografia. Já dei aula de História da Imagem e sempre procurei ampliar meus conhecimentos sobre o assunto. Aqui encontrei muito material de qualidade. Continue assim!

    Tenho meu próprio site, em que publico críticas de cinema e mantenho alguns outros projetos, entre os quais está o de escrever sobre 1001 fotografias para ver antes de morrer, que comecei a colecionar sem pretensões muito grandes em http://www.incinerrante.com/1001-fotografias-para-ver-antes-de-morrer/

    Um dos textos já publicados nesse projeto é sobre a fotografia de Bayard que você comenta nesse post: http://www.incinerrante.com/textos/autorretrato-afogado-1840-de-hippolyte-bayard/

    Penso que seria interessante estabelecer um diálogo mais amplo e, por isso, gostaria de convidá-la a publicar um guest post no incinerrante. Entre em contato por email se tiver interesse.

    Em todo caso, obrigado pela atenção!

    1. Olá, Marcelo!
      Fico muito feliz em saber que você, como professor-conhecedor-admirador de imagens, tenha apreciado o meu blog. A história da imagem também me encanta, por isso este é um dos temas que eu mais gosto de apresentar por aqui. Obrigada!
      Visitei seu site e achei tudo muito interessante. A maneira como escreve e o conteúdo que apresenta são excelentes! Eu ficaria lisonjeada em poder participar do seu espaço. Podemos conversar melhor por e-mail mesmo, assim você me explica melhor o que deseja. Quem sabe você possa produzir um texto especial para o Fós Grafê! 🙂
      Obrigada pelo contato e continue acompanhando o blog!
      Um abraço

  2. Eu ficaria muito feliz publicando algo no Fós Grafê, Eliane! Assim como estou realmente feliz por você ter gostado do que encontrou no incinerrante. Vamos conversar por email para aprofundar o diálogo. Por meio desse comentário você já tem meu endereço?

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