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O trabalho do fotojornalista está perdendo seu valor

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Conteúdo atualizado há 11 anos

Tenho visto, ouvido e lido muitas reclamações por aí, vindas de fotógrafos profissionais que se queixam de estar perdendo espaço e respeito no mercado. A tecnologia digital tem grande culpa nessa história toda, afinal hoje é muito mais fácil, para qualquer pessoa, capturar algumas fotos interessantes e divulgá-las nos meios de comunicação. Principalmente pela internet!

the photojournalist

Hoje li um artigo muito bom do fotógrafo Rodrigo Baleia, da National Geographic, que dá voz a esse problema que só parece aumentar com o tempo: as empresas de comunicação querem se aproveitar (literalmente), das fotos produzidas por profissionais sem pagar nada por isso, acreditando que “dar o crédito” já resolve tudo.

Mas toda essa confusão tem explicação… A internet facilitou nossas vidas e revolucionou nossos meios de trabalho, mas também trouxe alguns problemas: forjou no público um conceito de gratuidade que contrasta com o valor (comercial) que a imagem passa ter no meio impresso.

As redações diminuíram assustadoramente, para cortar gastos e duplicar lucros. E quanto mais a tecnologia avança mais a ideia de multimídia sai das redações e se volta para os jornalistas em si. Isso torna cada vez mais necessário que os profissionais tornem-se o que pode ser chamado de “backpack journalist” (jornalista de mochila), que não apenas escreve, mas filma, grava, produz, edita e, também, fotografa. Essa ideia de “backpack journalist” serve apenas para correspondentes de guerra, por exemplo, que precisam ser rápidos e não podem andar com muita bagagem ou muita gente para não correr riscos, e esse perfil é preferido pelas redações, que não querem mais contratar pessoas que apenas fotografem.

Com essas redações enxugadas é normal que os editores precisem de fotografias (que são muito mais apreciadas do que o texto, na internet) e acabam recorrendo às agências e aos próprios fotógrafos de qualquer lugar do mundo. O problema é que a maioria delas não quer pagar por isso.

Essa situação é revoltante! Espero que vocês não aceitem “divulgação de nome” como pagamento por suas fotografias, mesmo porque, como bem lembrou Rodrigo Baleia, isso é um direito garantido por lei, e não uma opção de “pagamento”.

Só queria desabafar mesmo… E vocês, o que pensam disso tudo?

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