Pular para o conteúdo

Diafragma na fotografia: um guia prático para entender e utilizar essa função

  • por

Então, quer dizer que você também já se apaixonou por capturar o mundo através de uma lente e está aqui para aprender mais sobre a arte fotográfica? Se a resposta for sim, leia este post até o final para entender como funciona e o que é diafragma na fotografia.

E já quero começar destacando que o diafragma é simplesmente o coraçãozinho da sua câmera. Ele é como o olho humano que se abre e se fecha para controlar a quantidade de luz que passa pelo sensor da câmera. Quando você está em um ambiente escuro, sua pupila dilata para deixar entrar mais luz e você conseguir enxergar tudo, certo? E em um ambiente mais claro, a pupila se fecha para limitar a quantidade de luz. É basicamente assim que o diafragma da sua câmera funciona!

Compreender como o difragma funciona na fotografia pode te ajudar a fazer fotos cada vez melhores. Afinal, quem não gostaria de ter total controle sobre a luz, poder ajustar o foco da imagem e criar aquele efeito de fundo desfocado tão cobiçado? Então pegue sua câmera e vamos começar!

detalhe de lente de câmera para representar o diafragma na fotografia
Esta abertura na lente é o diafragma na fotografia | Foto: Adobe Stock (licenciado)

Conceitos básicos: o que é diafragma?

O diafragma é uma abertura localizada dentro da lente da câmera, responsável por controlar a quantidade de luz que entra no sensor ou filme fotográfico (alguém ainda fotografa em filme aqui?). Ele funciona como uma espécie de pupila, como expliquei há pouco na introdução, abrindo e fechando para regular a quantidade de luz que atinge o sensor.

Mas ele não controla apenas a entrada de luz, porque também afeta a profundidade de campo. Por exemplo, em situações de pouca luz, você precisa abrir o diafragma para permitir a entrada de mais luz. Por outro lado, em situações em que se deseja maior profundidade de campo, é necessário fechar o diafragma para usar uma abertura menor.

Então, vamos lá! O diafragma é uma das três configurações essenciais para a exposição fotográfica, juntamente com a velocidade do obturador e a sensibilidade ISO. Esses três são como amigos inseparáveis que fazem uma verdadeira mágica juntos. 

E qual é a pegadinha aqui? Simplesmente que você só consegue escolher o diafragma certo se também considerar a velocidade do obturador e o ISO! Não dá para ignorar esses caras se você quer fazer boas fotos, ok?

Mas como o diafragma funciona?

Quando falamos de diafragma, nos referimos a um dispositivo mecânico da câmera que é composto por um conjunto de lâminas de metal finas que se abrem e fecham para formar um orifício circular, conhecido como a abertura do diafragma.

O tamanho dessa abertura é medido em números chamados de f-stop ou valores de abertura. São aqueles números que assustam qualquer iniciante na fotografia, como por exemplo f/2.8, f/4, f/8, entre outros. O que confunde é que:

  • Quanto menor o número f-stop, maior é a abertura do diafragma e mais luz entra na câmera.
  • E quanto maior o número f-stop, menor a abertura do diafragma e menos luz entra na câmera.

Sendo assim, uma lente fotográfica que tem opções de f-stop que vão de f/1.4 a f/22 permite que a luz entre abundantemente na lente em sua configuração mais ampla (f/1.4) e apenas uma fração dessa luz quando em sua configuração mais fechada (f/22). Isso significa que você terá muito mais controle sobre a quantidade de luz que entra na sua câmera, o que é super importante me várias ocasiões.

Ou seja, os números f são na verdade uma relação inversa. Complicado, não é mesmo? Eu mesma já me confundi diversas vezes com isso, mas você se acostuma. Então, não se preocupe se o conceito de diafragma parecer complicado agora, com o tempo e prática, pode se tornar algo intuitivo na arte da fotografia.

close up de números de abertura de lente em câmera antiga para ilustrar o diafragma da fotografia
Nas lentes, os f/stop são esses pequenos números selecionáveis | Foto: MoiraM (Adobe Stock)

E também faz parte do diafragma a velocidade que essas lâminas se movem para abrir e fechar. Isso ajuda a decidir o tempo que o sensor da câmera fica exposto à luz (aberto), impactando assim a nitidez da imagem capturada. Juntos, abertura e velocidade, ajudam a criar a profundidade de campo de uma foto, que é basicamente quão focados ou desfocados os diferentes elementos de uma imagem aparecem. E a relação aqui também pode ser confusa…

  • Diafragma com uma abertura maior (número f-stop menor) resulta em uma profundidade de campo menor, ou seja, apenas parte da imagem fica nítida, enquanto o restante ficará desfocado – que funciona muito bem em retratos.
  • Diafragma com uma abertura menor (número f-stop maior) resulta em uma profundidade de campo maior, com mais partes da imagem nítidas – que é ótimo para fotografar paisagens, por exemplo.

Agora vou resumir e juntar tudo em uma tabela para facilitar, olha só:

AberturasEfeitos na ImagemSituações Típicas
f/1.4Abertura ampla, profundidade de campo rasa e imagem mais clara.Fotografia em ambientes internos com pouca luz
f/2.8Abertura média, profundidade de campo moderada e imagem com luz equilibrada.Retratos com desfoque de fundo
f/8Abertura menor, profundidade de campo ampla e imagem mais escura.Fotografia de rua em dias nublados
f/16Abertura muito pequena, profundidade de campo muito ampla e imagem mais escura.Fotografia de paisagem com grande área focada e muita luz

Pode parecer muito para absorver de uma vez, mas com prática, ficará mais intuitivo. Não é incrível como a nossa câmera é tão versátil? Agora uma informação extra, para quem curte descobrir umas curiosidades da fotografia

O diafragma na fotografia digital vs. fotografia analógica

Tem aquela questão eterna entre a fotografia digital e a analógica. Aposto que você já se perguntou sobre isso, não é mesmo? Pois saiba que o diafragma funciona do mesmo jeito nas duas versões, mas vamos ver alguns detalhes…

Na fotografia analógica, o filme fotográfico é exposto à luz que passa pelo diafragma. Uma abertura maior (com menor valor f) permite a entrada de mais luz, produzindo uma foto mais clara. Por outro lado, uma abertura menor (com valor f maior) permite a entrada de menos luz, resultando em uma foto mais escura. Simples, certo? Que alívio!

E na fotografia digital, as coisas não são muito diferentes. A luz passa pela abertura do diafragma e atinge o sensor de imagem digital em vez do filme. Um fato curioso é que, tal como o filme (ou película), o sensor digital não conhece a diferença entre a luz baixa durante um perído prolongado e a luz brilhante durante um período curto. Ele apenas registra a quantidade total de luz que atinge cada pixel.

Então, o princípio é o mesmo, só que ao contrário do filme, as câmeras digitais têm um sensor que pode ser ajustado para ser mais ou menos sensível à luz (ISO). Assim, não apenas a abertura do diafragma, mas também o ISO, determinam a quantidade de luz que atinge o sensor.

O que é bem diferente nos filmes de foto – você não pode ajustar o ISO, mas pode escolher filmes com valores ISO específicos para cada situação. Você lembra quando precisava escolher a ASA do filme que ia comprar pra fotografar? Talvez você nem tenha ouvido falar nisso, ou tenha tido boas lembranças agora… O valor ASA (American Standards Association) era justamente para definir a sensibilidade do filme à luz; ou seja, o ISO.

um jovem segurando um filme fotográfico antigo
Exemplo de filme de uma câmera analógica | Foto: Татьяна (Adobe Stock)

Resumindo: o diafragma é importante tanto na fotografia digital quanto na analógica. Na digital, você tem um pouco mais de flexibilidade porque pode ajustar a sensibilidade do sensor de luz (ISO) eletronicamente, além de escolher a abertura do diafragma. Agora vamos entender como escolher o diafragma certo para a sua foto…

Como escolher a abertura do diafragma correta

Para utilizar o diafragma corretamente, você precisa entender o conceito de números f-stop que expliquei há pouco – volte lá para ler. Com isso em mente, você pode começar a experimentar diferentes configurações de abertura.

Não esqueça que f-stops menores significam uma abertura maior do diafragma, o que resulta em mais luz entrando na sua câmera e uma profundidade de campo mais rasa. Por outro lado, f-stops maiores indicam uma abertura menor do diafragma, permitindo menos luz e resultando numa maior profundidade de campo. É uma questão de equilíbrio e criatividade!

Agora, que tal começar a testar aberturas? Talvez você saiba que uma foto do pôr-do-sol com um f-stop maior pode capturar belos detalhes, mas já tentou uma abertura ampla (f-stop menor) em um retrato para dar aquele efeito bokeh fantástico? Isso é o que eu chamo de magia na fotografia!

Experimente diferentes aberturas em diferentes situações de iluminação e observe os resultados. Faça testes com objetos próximos e distantes para entender como a abertura afeta a profundidade de campo. Além disso, aproveite os recursos da sua câmera, como o modo de prioridade de abertura, que permite ajustar manualmente o diafragma enquanto a câmera seleciona automaticamente a velocidade do obturador.

E não esqueça que os erros são parte do processo de aprendizagem. Então, não se preocupe se as suas primeiras fotos não ficarem perfeitas. Pratique, experimente e divirta-se!

Dicas para utilizar o diafragma com criatividade

Capturar imagens que realmente se destacam requer não só o conhecimento técnico, mas também uma pitada de criatividade. E a seguir, vou dar algumas técnicas únicas que envolvem a utilização criativa do diafragma para testar novas formas de enxergar a luz e a composição na sua fotografia. Confira!

1. Como fazer fundo desfocado 

Você já reparou como algumas fotos têm um sujeito em foco nítido e o fundo desfocado? É uma técnica chamada “baixa profundidade de campo”, e é feita com uma lente de grande abertura (como f/1.4 ou f/2.8). É ótimo para retratos e fotos de produtos porque faz o assunto principal realmente “saltar” da imagem. Essa mágica é realizada com o diafragma da câmera. Vou te dar um exemplo…

Primeiro, você terá que selecionar o modo manual na sua câmera, que geralmente é indicado pela letra “M”. Assim, você terá total controle da sua câmera e será capaz de ajustar todas as configurações. Depois, configure o diafragma; quanto menor o número, maior a abertura e menor a profundidade de campo, perfeito para um retrato com fundo desfocado!

detalhe de pernas de mulher em uma bicicleta e fundo desfocado
Exemplo criativo para usar fundo desfocado sem ser em retratos | Foto: Adobe Stock (licenciado)

➡️ DICA: no diafragma, o segredo é ajustar a abertura da lente para obter a profundidade de campo desejada. Quanto menor o número do f-stop, mais desfocado será o fundo!

Depois de ajustar o diafragma, o próximo passo é ajustar o foco no assunto principal do retrato. Isso é importante para garantir que o assunto principal esteja em foco nítido, enquanto o fundo fica lindamente desfocado. Finalmente, é a hora de capturar o retrato. Após completar todos os ajustes, simplesmente pressione o botão e voilà!

2. Efeito Steel Wool

Iluminação noturna pode ser um desafio, certo? Mas é aí que entra o belo efeito Steel Wool! Este método não tradicional envolve ‘pintar’ faíscas de luz na escuridão, criando imagens impressionantes. Mas, como conseguimos isso? A resposta está em ajustar corretamente o diafragma! 

Primeiro, você vai precisar usar uma esponja de aço, abrindo em um formato arredondado, para depois acendê-la e girá-la rapidamente. O objetivo é criar faíscas no ar para registrar seus rastros usando longa exposição.

homem em ponte em um lago fazendo efeito steel wool usando técnica de diafragma na fotografia
Você pode usar esse efeito em vários cenários | Foto: magann (Adobe Stock)

E aqui está a pegadinha: em situações de pouca luz, talvez pense que o correto seria abrir completamente o diafragma, permitindo a entrada máxima de luz, não é mesmo? No entanto, a melhor configuração é, na verdade, um diafragma relativamente fechado, como f/8 ou f/11. Por quê? Simples: fotos de longa exposição são feitas com mais tempo para registrar os elementos em movimento, o que acaba por captar bastante luz. E a abertura menor do diafragma equilibra essa situação de luz, evitando que o resultado final seja um quadro completamente branco. 

Deixe a sua câmera em um tripé, acione o disparador remoto, gire a palha de aço acesa e divirta-se! Só não se esqueça de tomar cuidado com a segurança ao brincar com fogo, literalmente!

3. Paisagens cheias de detalhes

Mas se o seu objetivo é pegar todas os detalhes de uma montanha distante ou todas as folhas de uma árvore, uma pequena abertura do diafragma (f/11, f/16) é o mais indicado. Porque isso cria uma grande profundidade de campo, mantendo tudo em foco desde o primeiro plano até o fundo da cena.

Vale lembrar que uma pequena abertura requer mais luz, então você pode precisar usar um tempo de exposição mais longo ou aumentar o ISO. E, claro, cão se esqueça de usar um tripé para evitar qualquer tremor indesejado!

foto de paisagem com pedras para ilustrar exemplo de uso de pequena abertura de diafragma na fotografia
Veja quantos detalhes nas pedras dessa linda paisagem | Foto: Adobe Stock (licenciado)

Os principais erros a evitar ao utilizar o diafragma

Então você já entendeu os conceitos, sabe escolher a abertura adequada e se sente criativo com o diafragma, certo? Mas, opa! Não se deixe levar pela empolgação, antes, vamos dar uma olhada nos principais erros que você deve evitar ao utilizar o diafragma.

Erro nº 1: subexposição ou superexposição

Isso acontece quando você ajusta o diafragma de maneira que permite entrar muita luz (superexposição) ou pouca luz (subexposição) no sensor. A abertura do diafragma deve estar em equilíbrio com a velocidade do obturador e o ISO para uma correta exposição da imagem.

Erro nº 2: foco fora do lugar

Um diafragma muito aberto pode resultar em uma profundidade de campo tão rasa que o objeto que você queria em foco acaba ficando desfocado! Preste atenção nesses detalhes. Escolher a abertura do diafragma correta é um equilíbrio sutil que exige tempo e muito treino para aperfeiçoar.

Erro nº 3: não levar em conta a difração

A difração é um acontecimento que faz com que a imagem perca nitidez conforme a abertura do diafragma diminui. Ou seja, se a abertura do diafragma for muito pequena (como f/16 ou f/22), tratando-se de lentes da fotografia digital, os detalhes da foto podem acabar sendo perdidos. Isso acontece mesmo é bastante difícil de evitar.

Essa perda de detalhes, conhecida como difração, é mais perceptível na fotografia macro, especialmente nas distâncias de foco próximas. Portanto, se você é um fã de tirar close-ups detalhados de pequenos objetos, precisa estar ciente da difração. 

As aberturas f/32 e menores devem ser usadas apenas se necessário, pois resultam em uma perda de nitidez devido à difração. Em geral, a maioria das lentes oferece boa nitidez em aberturas menores, como f/5.6, mas isso depende do design óptico da lente e, claro, o avanço da tecnologia.

Erro nº 4: ignorar as condições de luz

Ao fotografar em condições de baixa luz, manter a abertura do diafragma muito pequena provocará imagens escuras. Então, considere a luz disponível ao selecionar a configuração de diafragma. Por outro lado, em ambientes muito iluminados, uma abertura de diafragma muito grande pode resultar em fotos superexpostas. O segredo aqui é equilíbrio!

Por exemplo, vamos considerar ambientes mais escuros, onde você não está capturando luz suficiente. Para esse cenário, a abertura ideal do diafragma mudaria completamente. Possivelmente, você gostaria de usar uma abertura grande, como f2.8, à noite. Essa abertura maior permite que mais luz entre no sensor da câmera, ajudando a criar uma imagem clara, mesmo em condições de luz insuficientes. Só não esqueça que a difração poderá prejudicar a qualidade de detalhes da foto, ok?

Erro nº5: não cuidar bem da sua câmera

Ok, você já entendeu que o diafragma é uma peça fundamental em sua câmera. Agora precisa entender que ele, assim como todo o seu equipamento, precisar estar sempre bem conservado. A falta de cuidados com equipamento fotográfico pode resultar em acúmulo de poeira e sujeira, especialmente se você costuma trocar as lentes com frequência ou se fotografa ao ar livre.

E, sim, isso pode impactar o funcionamento do diafragma da câmera. Poeira ou sujeira podem arranhar a lente e partículas menores podem se alojar no sistema de abertura do diafragma, atrapalhando seu desempenho. Como resultado, você verá pontos escuros ou borrões em suas fotos. 

A melhor maneira de evitar esses inconvenientes é zelar pelo seu equipamento. Sempre transporte sua câmera em uma bolsa adequada, protegendo-a de chuva e umidade. Faça a limpeza das lentes regularmente com um pano suave específico para essa finalidade. E ao trocar as lentes, prefira um local sem vento, para reduzir as chances de entrada de poeira na câmera.

Você já sabe pra que serve o diafragma na fotografia 

Agora que você já entende basicamente o que é diafragma em fotografia, pode começar a experimentar este recurso de em suas fotos. O controle da abertura do diafragma permite criar imagens com fundo desfocado, realizar efeitos como o Steel Wool e capturar paisagens cheias de detalhes. Além disso, sempre se atente à subexposição ou superexposição, ao foco fora do lugar e às condições de luz na hora do clique.

E nunca subestime a importância de cuidar bem do seu equipamento. Uma câmera bem cuidada e conhecimento de como utilizar cada uma de suas ferramentas são tudo o que você precisa para fotografar cada vez melhor. Pratique diariamente, experimente novas técnicas e aprenda com seus próprios erros.

Boa sorte em sua vida fotográfica e aproveite para aprender ainda mais aqui no blog!

Deixe sua opinião!

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *