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Entrevista – Sebastião Salgado

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Conteúdo atualizado há 10 anos

Uma entrevista muito boa que o Gazeta on-line fez com um dos maiores fotojornalistas brasileiros, Sebastião Salgado. A entrevista é maravilhosa não porque o faz contar as histórias que a gente já conhece, mas sim porque evidencia o novo projeto do fotógrafo, que foge do tradicional. Salgado não está mais fotografando pessoas, notícias. Por hora, está mergulhado de cabeça num projeto que pretende mostrar a pureza do planeta – os animais, os lugares naturais, enfim, tudo aquilo em que o homem ainda não prejudicou. Agora o foco são os animais e lugares, e não mais as pessoas…

Peninsula Kamchatka

A entrevista é longa, mas vale a pena investir alguns minutos para ler. Afinal, mais que uma aula de fotografia, Salgado dá uma aula de consciência humana. Você também aproveita para conhecer detalhes da vida dele, como, por exemplo, seu filho que estuda cinema e outro “especial” com síndrome de Down que é pintor, uma família totalmente imagética!

Além disso ele também expressa suas opiniões sobre a tecnologia digital que até hoje causa discussões e preconceitos por aí (o que, para mim, já deveria ter acabado).

O que fez você passar a usar tecnologia digital?
O mundo depois do 11 de Setembro virou um drama para os fotógrafos. Nós usávamos filmes e tínhamos os raios-x nos aeroportos. Eu vinha de Sumatra no ano passado, no mês de abril. Passamos por sete controles de aeroportos com 600 rolos de filme. Tive problemas em vários deles. Não adiantava mostrar para eles as cartas da Kodak, dos governos… Eu reaprendi a fotografia. A digital me facilitou a vida. Estou usando uma Canon EOS-1Ds Mark III, que é fabulosa.

É um susto para muita gente ver você falando que a digital é melhor…
É melhor mesmo. Os químicos não existem mais. Tive que fazer os bons químicos até um ano e pouco atrás. Para conseguirmos papel para as cópias de leitura, tínhamos que trazer de Tóquio! Os filmes foram caindo de qualidade. E a qualidade que eu tinha em um 35mm anos atrás eu não tenho mais no médio formato agora.

Com a popularização das digitais, mudou a relação da sociedade com a imagem?
Nada. Absolutamente nada. O número de fotógrafos não aumentou, não melhorou e não piorou. Você só mudou a base, exclusivamente a base. O problema é de sensibilidade e identificação com a profissão, de saber se é fotógrafo ou não.

A câmera digital altera a questão da memória?
Acho que não. A fotografia, na realidade, é a memória da sociedade. São cortes representativos, são momentos que você faz da sociedade. É a verdadeira linguagem universal. A maneira de escrever cada um tem a sua, com uma vantagem para a fotografia. Ela não precisa de tradução. É realmente uma linguagem fabulosa.

Na entrevista completa dá pra perceber como um grande ensaio fotográfico requer estudo, força de vontade e uma equipe sempre pronta a ajudar. São experiências maravilhosas relatadas pelo fotógrafo, dá até pra se imaginar vendo tudo o que ele viu. Confira você mesmo, clicando aqui.

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